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sábado, 21 de abril de 2018

Consertar a "máscara" ou desvendar o "Ser" ?

Consertar/remendar a “máscara” ou desvendar o” Verdadeiro Ser”?


Qual o intuito dos jogos e  procedimentos pedagógico terapêuticos em geral? Tentar consertar/remendar/aliviar a máscara – o personagem – a nível da máscara ; ou facilitar/estimular  o transcender essa ideia limitada  de si mesmo?  O que podemos entender por “cura” ou “ instante santo” ? Não dependerá daquilo que estamos tentando “consertar” ou “ revelar” ?


A Essência deve ser perfeita, pelo menos esse é a esperança e expectativa; mas a percepção/conhecimento da mesma, não necessariamente; muito pelo contrario. Se o que enxergamos são os bloqueios ,medos   e distorções,  então estamos realmente enxergando? Ou simplesmente delirando? Não estaria me afogando em minhas próprias imagens fragmentadas?

Um processo está ligado ao tempo. A mágica – ou milagre – deve ser o transcender do tempo – ou pelo menos  uma percepção mais curta e fácil  do mesmo . Quanto melhor a tecnologia, mais rápido o processo. Quanto menos interferência, mais direto e preciso.

O instante santo poderia ser a consumação ( casamento), a união com  meu desejo ; o transcender a dificuldade ( ideia de estar separada do que quero )  e o unir-me ao meu bem/Bem. A  visão de que não estou separada do Bem ou Unidade Harmoniosa e Perfeita. Não só não estou separada da Fonte de Harmonia e Beleza e Eternidade, como sou parte integrante e formante da mesma.
Seria o processo   uma estorinha para alimentar, sustentar, justificar e até idolatrar o tempo; e o ego mortal?   A  “novela”  como  uma forma de outorgar poder à criatura já  que  ambos estão intimamente ligados. A criatura precisa do tempo para delirar que existe; o criador/Criador está além do tempo.

As coisas ocorrem por causa do processo ou apesar do processo? Ou será o processo apenas uma justificativa  – no nível do ego/criatura mortal – para tentar se convencer de que é real e é importante: e de que o que ocorreu foi por causa deste?

O que poderia ser o “instante santo”? Suponho que uma porção de coisas e em distintos níveis. Por “santo” poderia entender-se algo puro, não contaminado, verdadeiro, harmonioso. Como um “instante” não por ser ou estar no tempo ou limitado por este, mas além do tempo. Um instante santo seria como um fragmento de Eternidade. E não esta a  Eternidade  além do tempo?

Um instante santo também poderia ser um momento de transcendência, uma aproximação da Essência, onde o personagem – figura presa e projetada no tempo/espaço-pessoalidade: com todos seus dramas, medos e “versões”   – é transcendido; e a Consciência percebe-se muito maior, livre e feliz que aquele “recorte de “ser”” . Ela é o produtor ( inclusive do personagem) e não o produto ( o personagem). Um instante santo poderia ser o reconhecer as coisas pelo que elas são: o produtor e o produto. Assim como o carpinteiro pode fazer uma mesa ou dez mesas; o pintor inumeráveis telas; o costureiro diversos vestidos, etc. Até ai temos apenas uma expressão, e pode ser até interessante e divertido . Mas imaginem se o carpinteiro acha que é a mesa ou o prego; se o pintor acha que é a tinta ou o pincel; se o costureiro se identifica e confunde com os botões ou rendas  que usa. Ai afundamos  na insanidade, ou não?  Então porque a Consciência criaria personagens e acabaria acreditando que é eles? Não é isto também uma distorção e um desequilíbrio?

O tempo parece   mais longo  quando a “tecnologia” é lenta, portanto está ligada à ignorância ou desconhecimento. Quanto mais lento o processo ou a tecnologia, este não  saber fazer parece aumentar o tempo ou valer-se deste. Até mesmo a nível “ terráqueo” temos infinitos exemplos: quanto demorava para fazer uma ligação internacional há 50 anos, há 20 anos e atualmente ? E para atravessar um oceano?  Se vale até a  “nível da matéria”, deve valer para todos os níveis.

O tempo é o aliado dos estados ilusórios e um ídolo em si mesmo; o tempo e a fisicalidade. Talvez feitos (delirados) para alimentar a ideia dos personagens movendo-se num espaço bruto e geralmente  agressivo  e em seus dramas e pseudo alegrias pessoais: de pessoa/persona/máscara.
O tempo é um aliado e uma ferramenta para que a máscara pareça o “ser” e esconda a face do produtor. Quanto mais máscara, mais lento o processo e mais tempo parece ser utilizado.

E o que poderia ser a cura? A aproximação de um estado santo, puro, onde a doença/idolatria  é impossível de existir; ou até mesmo de ser fantasiada?  Então a cura deve ser o sair do falso eu – da persona/personagem – e adentrar-se no eu livre e eterno, além do tempo/espaço/neuroses. A cura seria mais bem um desfazer das mentiras (ontológicas)/bloqueios/delírios, etc. que tentam esconder o ser nas máscaras (personagens). Talvez   um reconhecer que o criador é muito maior que a criatura e não confundir as coisas, nem se perder nos produtos , já  seja um ótimo começo.

Qual o intuito dos jogos  procedimentos pedagógico terapêuticos em geral? Tentar consertar/remendar/aliviar a máscara – o personagem – no nível da máscara; ou facilitar e promover   o transcender essa ideia limitada e  conflitante  de si mesmo?


É reforçar a persona/ego mortal passando um pouco de maquiagem,  e criando teologias que justificam e idolatram a criatura ?  Ou é ir além dela, promovendo a percepção do ser muito maior e além da máscara; muito mais amplo  livre e poderoso?


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