Remendar/vingar/ punir um suposto “erro” ou mudar-se a um mundo ( estado de crença) onde isso é impossível, ou pelo menos
muito mais suave ?
Autora : Yvone Elizabeth Svelga
José e Roberto e seus sonhos/pesadelos de mundo
José e Roberto deliram-se, acreditam que são corpos
físicos vivendo num mundo material, ou seja, eles se expressam através de
personagens operando em frequências muito densas; onde supostamente existe um
“mundo físico” lá “fora”.
José e Roberto eram vizinhos e, aparentemente,
envolveram-se em um acidente automobilístico: José estava ligeiramente
embriagado, colidiu com Roberto; este teve ferimentos graves dos quais nunca se
recuperou totalmente: passou momentos bem tristes e doloridos no hospital,
sofreu operações e ficou mancando da perna esquerda.
Roberto odeia José, o acidente, as sequelas, o sofrimento,
etc Roberto quer vingança: enviar José para a prisão e obriga-lo a pagar uma
volumosa pensão pelo resto da
vida .
Acaso a prisão de José ou a indenização vão trazer
de volta seus movimentos perfeitos da perna esquerda? Não. Acaso o dinheiro de
per si vai apagar o sofrimento de Roberto? Não.
Se eles continuarem nesse nível ( de percepção e
crença) a vida dos dois será muito miserável:
José arruinado financeiramente, cheio de culpa e na prisão ; Roberto cheio de
memórias de dor e sofrimento, ódio e mancando da perna esquerda .
Na verdade o que eles querem é que esse acidente
nunca tivesse acontecido; é mudar-se a um nível de consciência onde acidentes
são impossíveis, ou pelo menos, reversíveis ( fáceis de consertar e de esquecer
) .José e Roberto não odeiam um ao
outro; eles odeiam a situação ( de
violência, dano e privação) na qual eles parecem ter se envolvido, na qual eles
acreditam. Eles querem a sua vida saudável e a sua paz de espírito, é isso o
que eles realmente querem. Mas para isso eles precisam sair desse nível (de
crença, de ataque, de densificação, etc.).
1. José está prestes a ser
julgado e, se condenado, será preso. Então ele, após um insight, faz uma proposta: explica a Roberto que tem
uma conta no exterior ( um estado mental fora daquele nível onde eles se
encontram ) num pais de alta tecnologia ( a expressão num mundo superior), mas
que só ele pode cobrar, pois ele é a senha ( sua mente, sua representação de mundo
) : lá ele poderá proporcionar a Roberto uma cirurgia no mais moderno hospital
onde haverá o mínimo de dor e uma recuperação total; e também um tratamento
psicoterápico para ele superar qualquer dor e trauma do ocorrido ; além da
possibilidade deles ficar morando nesse país muito mais harmonioso; e nunca mais voltarem ao nivel tão bruto onde viviam . Mas
se ele for preso e condenado no mundo inferior ( estado de crença de mundo) os dois ficarão presos ( às suas ilusões
de vida infeliz) e miseráveis .
Remendar/vingar/ cobrar/
punir o suposto erro no nível onde este foi gerado (uma noção bruta
e inferior de mundo), ou mudar-se a uma representação mais refinada e saudável
de mundo (onde isso nunca ocorreu ou foi facilmente consertado) ?
Num mundo bruto não existe
justiça, pois o próprio mundo ( visão de
mundo ) é fruto de uma visão distorcida e patológica . Portanto não pode
existir justiça na injustiça. No mundo bruto todos são vítimas, pois estão
dentro do vilão ( o vilão está dentro de suas mentes e eles estão se sujeitando
a essa crença de mundo ) .
2 .A “ des – densificação “ ( sublimação ) ,
como forma de “perdão “ /salvação
Perdão não é, nem pode ser, aceitar a ofensa,
aceitar o dano e reprimir o ódio e a vingança ( mais uma violência ) . Perdão
poderia ser mover-se a um nível superior
de existir e expressão, um nível cada vez mais próximo da Verdade Harmoniosa.
Perdoar seria aceitar mais verdade, mais
harmonia. Perdoar é aceitar a sua verdadeira identidade espiritual e perfeita,
e a identidade de tudo e de todos: espiritual e perfeita. Perdão é mover-se a
um nível onde isso ( o suposto erro/dor/falta/sofrimento/doença)
nunca
aconteceu e nem poderia acontecer . Ou se “aconteceu” foi de uma forma
tão suave que parece uma brincadeira.
Se José e Roberto se transportassem à crença de um
mundo menos “denso” , a uma frequência mais suave, a situação poderia ser vivida de modo bem mais
ecológico e amoroso . Talvez a colisão até ocorresse, mas não passasse de algo
bem leve, como uma torcedura ou alguns arranhões, facilmente recuperáveis e sem
sequelas; a dor teria sido mínima e a cura rápida.
Mas dentro da perspectiva de um mundo denso, todos
perdem; não há vencedores, todos são vítimas. Uns aparentemente mais, outros
menos; todos sofrem. Todos são
prisioneiros.
A crença e expressão num suposto mundo denso/físico ( que seriam apenas estados mentais) pode ser uma forma extrema de crueldade e ignorância:
para consigo mesmo e todos os possíveis envolvidos; uma idolatria e um modo
de perpetuar o erro e as mentiras; a dor e o sofrimento . Não é nem
solução, nem um método . É a ausência de ambos, um simples prolongar do
estado patológico.