Por que estou aqui? Provavelmente porque não sei,
ou não lembro de como estar num
lugar melhor.
O atoleiro,
o buraco, não é nem o destino e nem um instrutor. É um acidente de percurso, fruto
da ignorância, de não-conhecimento . Melhor
reconhece-lo pelo que ele é e sair dessa condição.
Tantos
falsos profetas querem personalizar tudo, dar função a tudo, santificar tudo,
isso é idolatria: tentar dar poder e função e propósito a algo que não passa de
efeito ou produto de uma negação/ limitação, mal uso da Totalidade
.
A Totalidade é boa, é Bem ? No meu ver, Bem é tudo o que é Real, Verdadeiro e Bom (não significa que as ilusões, e aberrações e pesadelos e distorções sejam bons; significam que elas são um delírio, um sonho ruim e não a realidade). Não significa que você deva ou tenha que passar por elas ou que elas tem algo a oferecer, o único que temos que fazer é sermos leais ao Bem.
Quando estamos infelizes
estamos vivendo uma ilusão, delirando uma fantasia perniciosa, idolatrando,
admitindo outro criador ou realidade que não seja o Bem Absoluto. ‘ Não
terás outros deuses diante de mim’ ( o Bem/Bom Absoluto).
Podemos
brincar, claro que sim. Podemos criar, claro que sim. Podemos ter personagens e
mundos, claro que sim. Só não podemos dar-lhes poder e autonomia e querer que
eles usurpem o lugar do Bem, Perfect Mind, Only Source. Mente Perfeita, Única
Fonte.
Não há nada de divino no sofrimento ou nas dificuldades, estas são simplesmente falta de ‘ conhecimento’ e ‘ condições mentais e emocionais’ de fazer melhor. Uma mistura de ignorância e uma mente ‘ doente’, com programas ruins e pobres. A ‘ burrice ‘ (seja cientifica, emocional, espiritual, etc) nunca foi e nem é caminho para coisa alguma, é apenas o efeito de uma condição desarmoniosa e, aparentemente, com acesso a poucos recursos.
Uma mente doente gera condições doentes. Uma mente
confusa produz condições confusas, mas a confusão é um produto e não a causa e
nem o caminho de coisa alguma. No máximo serve para ser analisada e fazer o
caminho inverso, tentar curar a mente que a gerou, mas para isso é necessário
Inteligência e Verdade, sem elas não se resolve nada, efeito em si é sem vida
própria – apenas um produto, ou subproduto. É como analisar o sangue de alguém
para ajudar a detectar o que pode estar acontecendo com aquele corpo; mas sem
um profissional por trás e possíveis tratamentos, aquela porção de sangue não
serve para nada, não tem poder nenhum (apenas uma possível pista, entre tantas outras).
Portanto
qualquer dificuldade é só um efeito de algo muito maior e mais complexo, e para
melhorar esse algo maior e mais complexo é preciso Inteligência e Verdade.
Ninguém ‘
precisa passar por nada ‘ a priori, ou ontologicamente falando; se passa por
situações infelizes é porque não sabe, ou não consegue, fazer melhor naquele
momento. Essas situações infelizes são
apenas efeito de um todo muito maior e
mais complexo, elas não são causas e nem meios, e nem são a pessoa em si.
Confundindo
os efeitos com as causas, e possíveis subprodutos ou efeitos colaterais com as
causas.
Não
aprendemos ‘ nem com os erros e nem com o sofrimento’ , estes são subprodutos
de um processo pouco eficiente ou
limitado . ‘ Erros’ em si não significam nada e ‘ acertos’ muito pouco ( um
prazer temporário) se não entendermos o processo.
Aprendemos
com a Verdade , ou seja, ao conhecermos aprendemos, então podemos viver bem com
relativa consistência, mas sem entender o processo não passa de uma ‘loteria’ ou ‘ roleta russa’ ;
aprendemos com análise, observação, entendimento, etc com aVerdade, Conhecimento, Lucidez etc
Por que
estamos ‘ aqui’? Primeiro teríamos que definir que ‘ aqui’ é esse. De qualquer forma
, estamos ‘ aqui’ ou ‘ali ‘ porque não sabemos ( ou não lembramos de como estar
num lugar/ estado melhor.
As
dificuldades não são nem um propósito e nem uma fonte de conhecimento, são subprodutos
da falta de conhecimento ou eficiência, pois se soubéssemos fazer bem, elas
seriam reduzidas ou até eliminadas.
Para poder
ajudar algo ou alguém ( a aquilo que chamamos de nós mesmos) é
preciso manter-se num nível superior, não adianta cair junto.
Talvez não haja necessidade de eliminar os egos, mas de operar acima deles, de vê-los pelo que realmente são: personagens, avatares. O problema está em identificar-se com os egos e operar ao nível destes, então torna-se escravidão. Mas se os tratarmos como ferramentas, sempre sabendo que somos os produtores e não os produtos, eles podem ser no mínimo divertidos.
Talvez não haja necessidade de tentar destruir a dualidade, simplesmente de operar acima dela. Nada de errado em ter
e usar personagens, o problema é nos perdermos nos personagens, acreditarmos
que somos eles e ficarmos preso nessa visão /poder limitantes.
Nada de
errado em usar roupas, ou pinceis e tinta, o problema é pensarmos que somos as
roupas ou os quadros.
Um escritor
que é (o criador) todos os personagens e situações (bons e ruins), está na
verdade acima deles. O que é ele, bom ou ruim? Nenhum dos dois, está acima
deles.
O que é dualidade, é pensar que sujeito e objeto são coisas distintas e separadas? Se sou o escritor então toda as histórias estão dentro de mim.
Eu ‘ sou’ todos os personagens, mas estou acima
de todos eles.
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