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terça-feira, 4 de março de 2025

 

Por que estou aqui? Provavelmente porque não sei,

 ou não lembro de como estar num lugar melhor.


 

O atoleiro, o buraco, não é nem o destino e nem um instrutor. É um acidente de percurso, fruto da ignorância, de  não-conhecimento . Melhor reconhece-lo pelo que ele é e sair dessa condição.

 

Tantos falsos profetas querem personalizar tudo, dar função a tudo, santificar tudo, isso é idolatria: tentar dar poder e função e propósito a algo que não passa de efeito ou produto de uma negação/ limitação, mal uso  da  Totalidade . 

 

A Totalidade é boa, é Bem  ?    No meu ver,  Bem é tudo o que é Real, Verdadeiro e Bom (não significa que as ilusões, e aberrações e pesadelos e distorções sejam bons; significam que elas são um delírio, um sonho ruim e não a realidade). Não significa que você deva ou tenha que passar por elas ou que elas tem algo a oferecer, o único que temos que fazer é sermos leais ao Bem.

 Quando estamos infelizes estamos vivendo uma ilusão, delirando uma fantasia perniciosa, idolatrando, admitindo outro criador ou realidade que não seja o Bem Absoluto.   ‘ Não terás outros deuses diante de mim’ ( o Bem/Bom Absoluto).

 

Podemos brincar, claro que sim. Podemos criar, claro que sim. Podemos ter personagens e mundos, claro que sim. Só não podemos dar-lhes poder e autonomia e querer que eles usurpem o lugar do Bem, Perfect Mind, Only Source. Mente Perfeita, Única Fonte.

 

Não há nada de divino no sofrimento ou nas dificuldades, estas são simplesmente falta de             ‘ conhecimento’ e ‘ condições mentais e emocionais’ de fazer melhor.  Uma mistura de ignorância e uma mente ‘ doente’, com programas ruins e pobres. A ‘ burrice ‘ (seja cientifica, emocional, espiritual, etc) nunca foi e nem é caminho para coisa alguma, é apenas o efeito de uma condição desarmoniosa e, aparentemente, com acesso a poucos recursos.

 Uma mente doente gera condições doentes. Uma mente confusa produz condições confusas, mas a confusão é um produto e não a causa e nem o caminho de coisa alguma. No máximo serve para ser analisada e fazer o caminho inverso, tentar curar a mente que a gerou, mas para isso é necessário Inteligência e Verdade, sem elas não se resolve nada, efeito em si é sem vida própria – apenas um produto, ou subproduto. É como analisar o sangue de alguém para ajudar a detectar o que pode estar acontecendo com aquele corpo; mas sem um profissional por trás e possíveis tratamentos, aquela porção de sangue não serve para nada, não tem poder nenhum (apenas uma possível pista, entre tantas outras).

 

Portanto qualquer dificuldade é só um efeito de algo muito maior e mais complexo, e para melhorar esse algo maior e mais complexo é preciso Inteligência e Verdade.

 

Ninguém ‘ precisa passar por nada ‘ a priori, ou ontologicamente falando; se passa por situações infelizes é porque não sabe, ou não consegue, fazer melhor naquele momento.  Essas situações infelizes são apenas efeito de um todo  muito maior e mais complexo, elas não são causas e nem meios, e nem são a pessoa em si.  

 

Confundindo os efeitos com as causas, e possíveis subprodutos ou efeitos colaterais com as causas.

Não aprendemos ‘ nem com os erros e nem com o sofrimento’ , estes são subprodutos de um processo pouco  eficiente ou limitado . ‘ Erros’ em si não significam nada e ‘ acertos’ muito pouco ( um prazer temporário) se não entendermos o processo.

Aprendemos com a Verdade , ou seja, ao conhecermos  aprendemos, então podemos viver bem com relativa consistência, mas sem entender o processo não passa  de uma ‘loteria’ ou ‘ roleta russa’ ; aprendemos com análise, observação, entendimento, etc com aVerdade,  Conhecimento, Lucidez etc

 

Por que estamos ‘ aqui’? Primeiro teríamos que definir que ‘ aqui’ é esse. De qualquer forma , estamos ‘ aqui’ ou ‘ali ‘ porque não sabemos ( ou não lembramos de como estar num lugar/ estado melhor.


As dificuldades não são nem um propósito e nem uma fonte de conhecimento, são subprodutos da falta de conhecimento ou eficiência, pois se soubéssemos fazer bem, elas seriam reduzidas ou até eliminadas.

Para poder ajudar algo ou alguém ( a aquilo que chamamos de  nós mesmos)  é preciso manter-se num nível superior, não adianta cair junto.

Talvez não haja necessidade de eliminar os egos, mas de operar acima deles, de vê-los pelo que realmente são: personagens, avatares. O problema está em identificar-se com os egos e operar ao nível destes, então torna-se escravidão. Mas se os tratarmos como ferramentas, sempre sabendo que somos os produtores e não os produtos, eles podem ser no mínimo divertidos.

 Talvez não haja necessidade de tentar  destruir a dualidade, simplesmente de operar acima dela. Nada de errado em ter e usar personagens, o problema é nos perdermos nos personagens, acreditarmos que somos eles e ficarmos preso nessa visão /poder limitantes.

Nada de errado em usar roupas, ou pinceis e tinta, o problema é pensarmos que somos as roupas ou os quadros.

Um escritor que é (o criador) todos os personagens e situações (bons e ruins), está na verdade acima deles. O que é ele, bom ou ruim? Nenhum dos dois, está acima deles.

O que é dualidade, é pensar que sujeito e objeto são coisas distintas e separadas? Se sou o escritor então toda as histórias estão dentro de mim. 


Eu ‘ sou’ todos os personagens, mas estou acima

                           de  todos eles.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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